terça-feira, 5 de abril de 2011

As Mães de Chico Xavier


Para todos que buscam respostas às dúvidas existenciais longe de dogmas, nunca houve um momento da história tão propício, com tanta divulgação de obras enriquecedoras na literatura, até em algumas novelas como A Viagem e Alma Gêmea. Agora também nos cinemas. Não é uma onda, mas um gênero novo que se estabeleceu para ficar. Interessante o quanto a mediunidade tem sido tema de tantos filmes, como Além da Vida de Clint Eastwood e Biutiful com Javier Bardem, ambos ainda em cartaz. Sempre foi um tema que fez sucesso em Hollywood, se formos recordar tantos outros com temas metafísicos, reencarnação, obsessão, como Além da Eternidade, A Casa dos Espíritos, Amor Além da Vida, Ghost, Manika, Pequeno Buda, Sexto Sentido, O Fenômeno, Revelação, Voltar a Morrer.

Herson Capri e Via Negromonte (foto). Não sei de nenhuma personalidade que houvesse recebido três blockbusters em homenagem ao ano de seu centenário. O primeiro, de Daniel Filho, foi sua biografia. O segundo, sua masterpiece, o bestseller Nosso Lar, cuja continuação já está programada. Esse terceiro filme, embora não o seja oficialmente, poderia ser considerado como uma sequência do primeiro, por tratar-se da vida, do lado pessoal.

Agora, o abençoado redator da sucursal do céu retornou à pátria espiritual e não está mais entre nós, os autodenominados “vivos”. Mas sua obra ficou. É nessa parte de sua vida que Chico se sentia mais recompensado: pelo poder de mitigar as dores, mostrando que a vida continua. O filme dedicado ao apóstolo mineiro de Jesus é sobre as psicografias desse homem simples e de pouco estudo. Não é sobre o patrimônio cultural herdado pela humanidade com mais de 400 obras, nenhuma admitida por ele de ser o autor. Sua produção literária mediúnica legitimou a ideia de imortalidade da alma, a ponto de ser aceita por praticantes de outras religiões. Esse filme trata sobre as psicografias pessoais, escritas às mães.
Qual amor maior, senão o de mãe? Há mães que passaram pela dificílima provação de precisar aprender o desapego compulsoriamente, com o desencarne precoce de um filho. Algumas, surpreendidas por acidentes repentinos, outras após longa preparação nas enfermidades que acometeram a flor da sua carne. Não deve haver dor maior. Para milhares dessas mães, nosso saudoso médium Chico Xavier foi uma fonte de luz quente e brilhante na escuridão gelada da dor, com psicografias trazendo detalhes que só seus amados filhos poderiam saber.

Chico é uma unanimidade conquistada dentro e fora do meio espírita. Sua imagem foi construída com base no estilo de vida por ele adotado: dedicação, castidade, renúncia aos bens materiais, sacrifício de si em prol dos outros. O filme As Mães de Chico Xavier estreia 1º de abril e não é apenas espírita nem faz proselitismo. Não é uma obra doutrinária.
Nelson Xavier novamente no papel de Chico é perfeito. É muito mais fácil representar personagens que só habitam o imaginário, mas no caso de Chico, a semelhança com as imagens que guardamos na memória é impressionante.

Assisti ao copião na residência de um amigo dos produtores. Emocionei-me durante os 100 minutos, do primeiro quadro ao último da película. Chorei ao me identificar com as personagens. Nenhuma mãe vai sair intocada das salas de cinema. E aquelas que tiveram que se despedir precocemente dos amores que amamentaram e acariciaram, vão passar por uma catarse que vai funcionar como anos de terapia. Tenho certeza que curas serão processadas no escuro dos cinemas de todo o mundo pela mensagem de esperança que fica. Espero que essa obra, cujo aspecto mais forte é a emoção, possa ser o analgésico espiritual ao chegar aos corações de mães de todas as nacionalidades, pois trata de um tema universal que há de encontrar ressonância nos quatro cantos do planeta. É um filme com excelentes chances de vir a ter uma carreira internacional


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